IMPREGNADO
Essa é a primeira música que publiquei no YouTube
JEANEXPERIMENT
9/3/20243 min read
Eu escrevi essa música quando eu ainda era bem mais novo e trabalhava de forma informal para uma empresa no centro da cidade, com o objetivo de juntar dinheiro para começar a morar no meu próprio lar. Eu sempre fui apaixonado por música e sabia que trabalharia com produção, mas quando conheci os trabalhos de Björk e Arca aos 16 anos eu fui compelido por um senso de urgência. Eu não poderia esperar me tornar adulto e ter excelentes recursos de produção para começar o meu trabalho. Havia vários novos estímulos que a música experimental e eletrônica estava me proporcionando naquele momento como nenhum dos outros gêneros musicais que conheci, nem mesmo as versões mais alternativas de rock, country e pop. Eu escutava um álbum como Vulnicura, de Björk, e alguns sons daquele material grudavam na minha mente pelos dois meses seguintes. Então em 2020 eu começo a experimentar o meu próprio som. Já havia mixado alguns arranjos antes, então fui tornando as coisas cada vez mais aprimoradas.
Aperfeiçoei bastante a minha técnica ao ponto de ter o meu próprio fluxograma, um modus operandi que engloba não só a confecção da faixa em si como também os mecanismo de divulgação pós-publicação. Tudo o que vou publicar para vocês ouvirem esta dentro desde projeto de experimentação musical que chamo de JEANEXPERIMENT. Eu vou lançar um EP seguido de álbuns em um momento e lançar toda o conceito destes trabalhos, mas eles não serão mais parte deste projeto atual. Serão publicados em uma nova etapa que já está sendo estruturada. Basicamente eu quis com essa faixa, "Impregnado", criar um ponto de início que fosse bem divertido e enigmático para a minha jornada cultural pública. Quando decidi a ordem em que as faixa seriam publicadas no YouTube com seus vídeos musicais, ainda era 2021 e eu havia mixado o instrumental sampleado e gravado os vocais dessa música de forma bem mais "seca" do que soou no material final. Essa mudança aconteceu pois eu tomei como padrão em um momento de 2022 tornar reverberados tanto os instrumentais quanto a minha voz nas faixas para criar um aspecto físico e atmosférico no meu catálogo.
Eu fiz o vídeo musical dessa faixa assim como alguns outros vídeos baseado na minha sinestesia cromática. Eu sempre tive certeza que essa música era 'vermelha', assim como a maioria das músicas que ouço em Eb. Minha percepção de cores em músicas costuma ser acompanhada da percepção de tom desde que eu comecei a aprender violão e identificar as notas musicais ao ouvi-las. Para mim a maior parte das músicas em C têm a cor marrom enquanto músicas em G são amarelas ou douradas, em A são brancas, em D são verdes, em Dm são azul-marinho, em E são azul-celeste e etc. Não é uma regra absoluta essa relação do tom com as cores. Há exceções mas no geral deve ser uma forma que minha mente encontrou de organizar o aprendizado da música nos meus sentidos. Para o vídeo, eu selecionei imagens de uma catedral e gravei takes meus usando essa peça de rosto digital feita pelo James Merry, um artista islandês e divulgado no perfil do Instagram dele. Já a letra eu creio que é bastante autoexplicativa.
Eu começo a compor a letra me questionando sobre o que é real e o que é fantasia na minha mente, pois às vezes naquele período da minha juventude eu precisava “acordar”, ou seja, a abandonar a fantasia por um momento, mesmo que fosse caro fazer isso em meio as dificuldades.
Quando eu falo "nunca chame isso de degenerado" estou me referindo ao conceito de “música degenerada” desenvolvido pela extrema direita para censurar a cultura do homem em seus termos.
Falei sobre "estar exilado" mesmo não podendo naquela época viver sozinho como pude só uns meses depois, ao me tornar adulto. Eu comecei a viver minha própria vida assim que tive a oportunidade e comecei isso de forma bem abrupta.
Ao dizer:
"Alguém que me deixa a sós meditando
Até que eu possa enfim compreender o porquê
De esse nome estar me enchendo..." estou começando a falar sobre Jesus. O objetivo final da música é esse: abordar isso que acontece na minha mente. Eu sou um cristão a alguns anos e o nome de Cristo pulsa na minha mente a todo tempo. É incrível ter fé nele.
Por tudo isso eu quis fazer o vídeo musical dessa forma, mostrando uma catedral. Sou membro da Igreja Luterana e apaixonado pelas igrejas históricas do mundo. Há muito zelo, história e liturgia nessas construções e eu creio que a medida que vamos deixando Cristo ocupar nossa mente através da busca incessante, a própria mente vai se tornando uma catedral. Deixamos as sujeiras de nossos pensamentos e substituímos por elementos que agradam a Deus. É isso, espero que tenha gostado de ler. Obrigado!